O "VIDAS" se posiciona a favor da equidade racial e étnica. Temos buscado produzir informações e conhecimento no que se refere às diferenças e semelhanças culturais entre os povos, com o intuito audibilizar as vozes de minorias, que têm sido silenciadas há muito tempo. Falar sobre preconceito racial e étnico não é novidade nas ciências, mas na Psicologia essa discussão é bem recente. Eu, particularmente, sempre me tentei colocar em pauta o preconceito nos meus estudos. Ainda quando eu era mestranda, realizei um trabalho para a disciplina (que já nem lembro o nome), ministrada pela Professora Dra. Marlene Strey. Na época, havia certas propagandas na tv que me incomodavam e eu não via ninguém falando sobre elas. Foi então que resolvi analisar bem de perto duas propagandas que me tiravam do sério. Eu queria dividir com meus colegas minhas impressões sobre aquelas mensagens e alertar para aquilo que parecia "natural", sem intenção, e dizer que aquelas mensagens eram

A ação caridosa: questionar seus limites para provocar transformações * Vanessa Soares de Castro** Sinto um certo incômodo quando me deparo com o termo caridade. Lembro de que há alguns anos eu doava pequenos valores mensalmente para uma Organização Não Governamental (ONG) conhecida internacionalmente, cujo nome não é necessário citar no momento. Comecei a doar porque recebi uma ligação da ONG, e senti que a caridade poderia ser uma forma de fazer bom uso do dinheiro que recebia enquanto bolsista na graduação em Psicologia. Entretanto, após algum tempo, minhas doações passaram a me incomodar. Afinal, para onde estava indo aquele dinheiro? A moça que fazia as ligações dizia que era para compra de caixas de leite para crianças carentes. Mas que crianças eram essas? Onde viviam? Além do leite, o que mais era feito por elas? Não entrarei aqui na discussão do conceito teológico de caridade, mas sim em alguns dos aspectos práticos e instituídos que a ação caridosa costuma assumir