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Meu concurso na UFSM

Primeiro Dia de Minha Vida em Santa Maria
Na rodoviária, estavam H, J, meu pai e Al. Al. me abraçou e disse que não ia me desejar boa sorte, pois não quer que eu passe no concurso. Quando entrei no ônibus, comecei a chorar. Um misto de nostalgia antecipada com incertezas humanas.
Fiquei num hotelzinho para lá de simples. Hotel Santa Maria. Bem no centro, pertinho da universidade. Mas limpo. Até internet tinha no quarto. Primeiro, levei medo do local, mas depois me acostumei.
Quando a gente não conhece uma cidade, tudo parece assustador.


Pela manhã, fui a pé até a universidade.Na frente do Prédio da antiga Reitoria fica o Colégio Marista. Me pareceu muito agradável. Quem sabe essa cidade é melhor do que penso que é...

A Prova Escrita
Fiz a prova hoje de manhã. Foi sobre grupos e instituições de saúde. À tarde, li a prova para todos. Algumas colegas vieram me dizer que adoraram minha prova, que tinha sido a melhor, que fui a única que focou bem e, ao mesmo tempo, abrangi diversas teorias.
Fiquei com medo, pois já ouvi isso antes e a banca não avaliou bem a prova... tomara que dessa vez seja diferente.
Bom, seja o que Deus quiser.
Há um lado meu que quer passar. Há um outro lado meu que não quer vir para essa cidade.

A Prova Prática
Um horror! Quase me desclassifiquei. O computador não lia meu pen. E eu havia ligado para a secretaria para confirmar se eu podia usar o pen. Não fosse um anjo, eu tinha rodado. [para quem interpretou de modo diferente de minha intenção: Um Anjo que mora no céu... o Anjo Alexandrina...]
Um dos professores do Departamento gravou para mim a aula num cd e pude terminar a aula com o datashow.
Mas Freud explica. As ambivalências são capazes de gerar os mais incompreensíveis comportamentos, inclusive influenciar no funcionamento de pens!
Eu fiquei tão nervosa, mas consegui relaxar. O tema era meu "chão". No final, disse para eles que se eu passasse eu não poderia assumir pois eu teria que ficar em POA cuidando de minha mãe.
Saí de lá tranquila, nem sei como. Talvez por que os meus caminhos já estivessem traçados...

Milagres
Escrevi para o O. contando que minha mãe tinha falecido e que agora, se ainda tivesse vaga, eu poderia assumir. Dias depois, o chefe de departamento me liga, dizendo que tinha visto meu cv e que tinha tudo a ver com o que eles precisavam e que se eu pudesse assumir, ele pediria uma vaga para mim.
Minhas pernas tremeram.
Eu tremi toda. Chorei.
Será que minha mãe deu um jeito lá de cima para realizar o sonho dela???

Nomeação
Finalmente saiu minha nomeação.
Sei que você está aí em cima, olhando para mim, e sentindo-se como uma "missão cumprida". Queria que você estivesse aqui para partilhar bem de perto esse momento... para me ajudar com a Jess... para simplesmente estar ao meu lado... Estou feliz, mas muito ansiosa também. Um frio na barriga... Mas tudo vai sair bem. Tudo já está muito bem.
Espero que eu esteja a altura de assumir essa responsabilidade. Que eu possa sempre fazer o bem e trazer exemplos de bondade a meus futuros alunos do mesmo modo que você e o pai foram para tantas crianças. Obrigada, minha mãe. Siga em paz.


No Apart Hotel  (25 de agosto de 2008).
Estamos aqui em SM, no . São 9h da manhã. A J e o H dormem. A J dorme como um anjinho, coisa mais lindinha. O H ronca. E eu não consigo mais dormir. Parece que sempre estou na tomada de 420 e ele na de 110. Já queria sair, conhecer a cidade. Mas fico aqui, deitada, para não acordar os dorminhocos.
Os passarinhos cantam na janela. Acho que tem sol, mas o blackout da janela não me permite ver.
Ontem recebi um email do Prof. A. Ao que tudo indica, daqui a dois meses vou assumir.
Estou bem ansiosa e otimista. Acho que vou gostar daqui.
Ontem, quando chegamos, já estava noite. A cidade me pareceu outra. Enorme, bem desenvolvida. E até bonita.
A J disse impressionada que " a cidade é bem limpinha. Eu não achei que era tão limpinha!".
O primeiro lugar que fomos foi no Carrefour. Achamos lindo o prédio. Haviam me dito que era ruim, mas só a cafeteria é uma história, um monumento. E é limpo, diferente de POA.
Depois, fomos no Big. Passamos por uma avenida comprida, onde a gurizada se reune para tomar chimarrão.
Ficamos impressionados com a quantidade de pessoas no shopping tomando chimarrão. Nunca vi isso! EM POA a juventude bebe. Bebe álcool.
Acho que vamos ter uma vida bem boa aqui. Seremos felizes.
Deus está iluminando nosso caminho. Minha luz voltou a brilhar no caminho profissional. Ela estava adormecida para que eu pudesse cuidar bem de minha filha.
Quando o H. acordou, mudamos de hotel, pois detestamos o que estávamos. Fomos para outro, Hotel Continental. Muito caro, mas muito bom.
Almoçamos num restaurante no subterrâneo da Galeria Gaiger. Simples, mas bem temperadinho.

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