Na parada, esperamos pelo ônibus por quase 1 hora. Eu não estava ciente da situação caótica dos ônibus aqui (não param nos pontos, correm em demasia, não mantém o veiculo, etc).
Em princípio, tudo tranquilo. Apenas estudantes da UERJ na parada. Pedintes transeuntes constantes, mas nada ameaçador.
Passaram muitos ônibus, menos o que deveríamos pegar (o 391). Limitei a espera: mais três. Se não vier o nosso, pegamos um taxi.
Até que, surge uma figura que certamente estava sob efeito de alguma droga. Pára atrás de nós e fica à espreita. Não tive dúvidas: o primeiro taxi que passou, fiz sinal. Puxei o braço do maurício e nos mandamos.
O taxista era, no mínimo, uma criatura extremamente estressada (maurício até acha que estava cherado). Eu acho que ele apenas revelava a condição humana que vive no limite de seus nervos.
Ele foi logo dizendo:
- Eu quase não parei, pois não sabia se você estava fazendo sinal para mim ou para o ônibus. Ninguém pega taxi na parada de ônibus.
- É que nós íamos pegar o ônibus, mas estava demorando muito para passar.
- o Rio está um caos. Não tem segurança nenhuma. Eles não param, pois tem muito assalto. Entra muito crackeiro, que fica fumando, não paga passagem, os motoristas perdem a paciencia... para não se incomodar não páram.
- Mas ali é uma parada da universidade... são todos jovens estudantes...
- Mas tá cheio de jovens estudantes crackeiros.
- É verdade... isso não quer dizer nada.
- Eu acho que a prefeitura deveria exigir que em cada ônibus tivesse dois policiais, dois segurança. E a própria empresa deveria pagar.
Ele continua, bem exaltado (Maurício quieto...): - Esse prefeito que está aí está destruindo a cidade. Sabe o que ele tá fazendo? Ele tá tirando os camelôs das ruas. Tá limpando tudo. A maioria dos camelôs são ex-presidiários, não conseguem trabalho em lugar algum porque tem antecedentes criminais. O cara vai lá, consegue um empréstimo e compra a mercadoria. Aí, vem a prefeitura, toma tudo e ele volta pra casa sem nada e ainda tem que pagar o empréstimo. A situação aqui tá muito difícil. Tá insuportável.
Então, ele entra no assunto da lei seca... tomou uma cerveja, dois copos, com seu pai. A polícia o multou, rebocou o carro... e aí, começa a saga de retirar o carro, que eu conheço bem. Ele estava indignado: - Eu tive que pagar quase três mil reais para voltar a trabalhar. Sabe o que isso significa? O cara quer trabalhar e não pode.
Ele estava dirigindo o taxi do patrão, com o qual ele também estava indignado, pois estava no vermelho e não pagava ele também e ainda, ele tinha que ajudar o cara a "fechar".
Por fim, quase chegando ao hotel, o taxista reclama sobre a nova lei que proibe que o taxista coloque propaganda no vidro do carro: - O prefeito quer mandar até no meu carro. Não dá assim. Já controla tudo e ainda quer mandar no que não é dele!
É isso aí: até onde o ser humano aguenta? E se não aguenta, que subterfúgios encontra para sobreviver?
E o Rio de janeiro continua lindo...
Em princípio, tudo tranquilo. Apenas estudantes da UERJ na parada. Pedintes transeuntes constantes, mas nada ameaçador.
Passaram muitos ônibus, menos o que deveríamos pegar (o 391). Limitei a espera: mais três. Se não vier o nosso, pegamos um taxi.
Até que, surge uma figura que certamente estava sob efeito de alguma droga. Pára atrás de nós e fica à espreita. Não tive dúvidas: o primeiro taxi que passou, fiz sinal. Puxei o braço do maurício e nos mandamos.
O taxista era, no mínimo, uma criatura extremamente estressada (maurício até acha que estava cherado). Eu acho que ele apenas revelava a condição humana que vive no limite de seus nervos.
Ele foi logo dizendo:
- Eu quase não parei, pois não sabia se você estava fazendo sinal para mim ou para o ônibus. Ninguém pega taxi na parada de ônibus.
- É que nós íamos pegar o ônibus, mas estava demorando muito para passar.
- o Rio está um caos. Não tem segurança nenhuma. Eles não param, pois tem muito assalto. Entra muito crackeiro, que fica fumando, não paga passagem, os motoristas perdem a paciencia... para não se incomodar não páram.
- Mas ali é uma parada da universidade... são todos jovens estudantes...
- Mas tá cheio de jovens estudantes crackeiros.
- É verdade... isso não quer dizer nada.
- Eu acho que a prefeitura deveria exigir que em cada ônibus tivesse dois policiais, dois segurança. E a própria empresa deveria pagar.
Ele continua, bem exaltado (Maurício quieto...): - Esse prefeito que está aí está destruindo a cidade. Sabe o que ele tá fazendo? Ele tá tirando os camelôs das ruas. Tá limpando tudo. A maioria dos camelôs são ex-presidiários, não conseguem trabalho em lugar algum porque tem antecedentes criminais. O cara vai lá, consegue um empréstimo e compra a mercadoria. Aí, vem a prefeitura, toma tudo e ele volta pra casa sem nada e ainda tem que pagar o empréstimo. A situação aqui tá muito difícil. Tá insuportável.
Então, ele entra no assunto da lei seca... tomou uma cerveja, dois copos, com seu pai. A polícia o multou, rebocou o carro... e aí, começa a saga de retirar o carro, que eu conheço bem. Ele estava indignado: - Eu tive que pagar quase três mil reais para voltar a trabalhar. Sabe o que isso significa? O cara quer trabalhar e não pode.
Ele estava dirigindo o taxi do patrão, com o qual ele também estava indignado, pois estava no vermelho e não pagava ele também e ainda, ele tinha que ajudar o cara a "fechar".
Por fim, quase chegando ao hotel, o taxista reclama sobre a nova lei que proibe que o taxista coloque propaganda no vidro do carro: - O prefeito quer mandar até no meu carro. Não dá assim. Já controla tudo e ainda quer mandar no que não é dele!
É isso aí: até onde o ser humano aguenta? E se não aguenta, que subterfúgios encontra para sobreviver?
E o Rio de janeiro continua lindo...
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