Eu não pude estar na marcha, pois estava fazendo a defesa da minha mono na ufrgs... mas meu coração estava lá, marchando...
Hoje em Santa Maria.. .
Marchamos por todas
as vadi@s, mulheres e homens, que lutam pela igualdade plena de direitos entre
os indivíduos, independente de sua cor, opção sexual e classe social.
Marchamos porque
lutamos por liberdade. Liberdade para escolher com quem nos relacionamos, o que
vestimos, como nos comportamos, por onde andamos, o que dizemos. Liberdade para
não silenciarmos!
Marchamos porque
muitas mulheres são oprimidas, simplesmente por serem mulheres.
Marchamos porque, em 2011, a Delegacia da Mulher
da nossa cidade registrou 4.217 ocorrências. No primeiro trimestre de 2012,
mais de 600 casos de agressão foram registrados; diariamente, 13 mulheres
registram ocorrências policiais e apenas 10% dos casos são denunciados.
Marchamos porque a
cada 15 segundos uma mulher é agredida no Brasil.
Marchamos porque
mulheres homossexuais sofrem “estupros corretivos”, numa tentativa estúpida e
ignorante de tentar mudar sua orientação sexual.
Marchamos para romper
o silêncio gerado pelos sentimentos de medo, culpa e vergonha causados pela
violência sofrida. Sentimentos que são agravados pela cultura machista na qual
vivemos, que ensina mulheres a não serem estupradas e não os homens a não
estuprar, culpabilizando mais uma vez a vítima e não o agressor.
Marchamos porque as
mulheres ganham 30% menos que os homens mesmo exercendo as mesmas tarefas e a
desigualdade ainda é maior entre as mulheres negras: elas recebem 55% menos do
que a média salarial geral.
Marchamos porque as
mulheres representam 70% do total de pessoas vivendo em situação de pobreza
absoluta no mundo.
Marchamos contra o
racismo, porque mulheres negras sofrem duplo preconceito, de gênero e pela cor
de sua pele. Marchamos pelas meninas negras que desde a infância são
desvalorizadas, moral e sexualmente. Marchamos pelas crianças negras que são
hostilizadas por seus cabelos crespos e são levadas a negar suas identidades,
desde a infância, impelidas a aderir ao padrão de beleza racista vigente.
Marchamos para que
toda mulher indígena tenha suas particularidades respeitadas e asseguradas por
políticas públicas, para que meninas não sejam retiradas de suas tribos e
levadas à prostituição ou ao trabalho escravo.
Marchamos
para que as mulheres com qualquer tipo de deficiência tenham seus direitos
assegurados e que tenham voz perante a sociedade, mesmo se poder falar e ouvir.
Marchamos
porque 70% das mulheres com deficiência intelectual, como a síndrome de
down, já sofreram abuso sexual, cometido muitas vezes por seus
próprios cuidadores e/ou familiares, mantendo-se presas a este cenário.
Marchamos porque
exigimos o direito de escolha sobre nosso corpo sem sermos punidas, julgadas e
reprimidas pelo Estado, pela sociedade ou por instituições religiosas.
Defendemos a legalização do aborto e a implementação de políticas públicas
capazes de atingir as principais vítimas, mulheres pobres, e evitar suas mortes
em clínicas clandestinas.
Marchamos porque
somos contra padrões estéticos determinados pelo consumo, porque somos mulheres
reais, diversas e únicas. Marchamos para que nosso corpo não seja mero objeto,
mas nossas armas contra estereótipos.
Marchamos porque a
sexualidade e o desejo da mulher são reprimidos pela sociedade. Porque somos
enxergadas apenas como objetos de satisfação masculina e nunca como semelhantes
– sujeitos com os mesmos direitos, aspirações, desejos e prazeres – que merecem
respeito.
Marchamos porque
ficamos caladas por tempo demais e porque o silêncio mata. Tem matado
diariamente.
Marchamos e marcharemos
até que todas sejamos livres de qualquer violência, opressão e discriminação.
Marcha das Vadias
Santa Maria 2012
Assista à marcha em SM em http://www.youtube.com/watch?v=8FrdM620Ybc&sns=em
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Obrigada. Por um mundo mais solidário!