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Psicologia e Música


SOBRE PSICOLOGIA E MÚSICA
Entrevista no Diário de SM, por Nícholas Fonseca
Repórter do Diário de Santa Maria - Diário 2
Grupo RBS



Fonte: Diário de Santa Maria, VARIEDADES  |  12/04/2013 19h31min



Foto:  Charles Guerra  /  Agencia RBS

Revista 'MIX', do 'Diário', aborda o bem-estar que a música proporciona

Confira uma entrevista com a psicóloga Adriane Roso

A revista MIX, do Diário de Santa Maria, deste final de semana traz uma reportagem sobre a importância da música para a superação de obstáculos impostos pela vida. Além disso, histórias de pessoas que tiveram, na música, uma base para vencerem doenças, problemas etc.
Também conversamos com o pessoal do projeto Santa Maria - Cidade que Sorri, que lançou um belo clipe de uma nova versão da música Santa Maria, de Beto Pires. Clique aqui e confira o clipe.
Durante a reportagem, a equipe da revista entrevistou a Doutora em Psicologia e professora da UFSM Adriane Roso. Confira na íntegra a entrevista:
Diário - Com a experiência na Psicologia, você vê a música como uma base para ajudar em superação de obstáculos que a vida nos impõem?
Adriane Roso - A música tem sido estudada e pesquisada pela psicologia há muito tempo. Como a música mexe com sentimentos, emoções e com a memória das pessoas, ela também tem sido utilizada como coadjuvante em alguns contextos terapêuticos. Coordeno um grupo de Empoderamento de Mulheres, na clínica-escola da Psicologia. Eventualmente, recorremos à música para despertar e trabalhar alguns sentimentos relativos às questões que circulam no grupo. Ainda, recorremos ao estudo da letra das músicas com o intuito de refletir criticamente e analisar possíveis conteúdos ideológicos. Algumas músicas podem potencializar um sentido libertador, como é o caso de músicas atuais como a de Thalma de Freitas ou de Tulipa Ruiz.
Diário - Quais os principais sentidos que a música pode despertar em uma pessoa que se refugia para a música como válvula de escape?
Adriane Roso - Para mim, a música não serve como válvula de escape. Uma válvula de escape, como a própria expressão designa, serve para deixar escapar o que existe ou acontece de ruim. A música, no meu parco entendimento, não serve para isso. Cantamos, tocamos, cantarolamos por que esse é um modo de linguagem, de comunicação. Através da música circulam representações de mundo. Ela tem um caráter universal impressionante, não importa o instrumento, o ritmo, o estilo vocal ou a melodia: todos compreenderão que a música "nos fala", fala de nosso mundo, de nossas vidas. Mas ela também tem um caráter singular: toca na história de cada um. Então, a música possibilita o diálogo — ainda que silente — e é justamente o diálogo que aproxima as pessoas. Já percebeu quantas pessoas se juntam ao ouvirem uma simples batucada? Elas estão conversando, estão dizendo também a sua palavra, que, talvez, de outro modo, não conseguiriam dizer. É isso. Esse é o efeito em nós. Um efeito sempre forte que pode nos levar ao choro, à tristeza, à acomodação ou à alegria e à resistência.
Diário - Previamente, você disse uma célebre frase: "canto no chuveiro, com a certeza de que a música é tão vital quanto a água que escorre pelo ralo". Sem a música, a vida seria sem graça então? Por que tu achas isso?
Adriane Roso - A música é um dos temperos vitais da vida, tendo, assim, um profundo significado físico e psicológico para a humanidade. A música não deveria ter dono, nem empresário. É um patrimônio da humanidade e, se fosse extinta e só "comprável", transformaria nosso cotidiano num tédio. Muito menos deve ser transformada num artefato de consumo egoísta. É preciso lembrar que existem diferentes músicas, diferentes pessoas, com gostos diferentes e que, portanto, respeitar isso é fundamental para que tenhamos uma convivência amigável. Apreciar música faz a vida ter mais graça, agora querer que todos gostem da mesma música é outra coisa. E, nos últimos tempos, é isso que as grandes gravadoras têm tentado fazer: que a gente engula música e não a deguste, a aprecie.
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