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Racismo na UFSM


Liberdade de expressão é confundida com "posso dizer qualquer bosta". Pra quem não sabe,  liberdade só existe quando o outro lado é respeitado. Quer dizer, liberdade é uma ética relacional,  que promulga vida e é contra o ataque ao outro. As palavras ferem tanto quanto o ato,  porque palavras são ação. Entretanto, mais que criar feridas, as palavra matam, assassinam. 
Infelizmente, minha universidade tem servido de "outdoor" para divulgação de racismo  - violência nua e crua. Ocorreu primeiro no curso de Direito,  agora no Curso de Ciências Sociais. Mas é certo que o racismo sempre aconteceu na UFSM. 
No nosso Curso de Psicologia,  no ano passado,  por exemplo,  uma estudante tirou uma selfie na sala do Diretório Acadêmico. Atrás dela estava uma estudante negra,  que apareceu na foto. A autora da selfie,  ao perceber que a colega negra aparecia na foto, disse,  rindo ironicamente,  como se fosse uma brincadeira:  "Ah,  vou deletar porque não quero aparecer numa foto com uma negra". E deletou. 
Ninguém argumentou nada. Talvez alguns tenham percebido que essa atitude foi racista. Outras estudantes talvez não. Isso por que o racismo é naturalizado e banalizado. 

Foi desta maneira que essa vivência de racismo me foi narrada por estudantes da Psicologia. 

Não se cale se você testemunhar ou for a pessoa agredida. Grite, faça o escarcéu, ou, se não conseguir fazer isso, procure a coordenação do Curso, algum professor em quem confia, a ouvidoria da UFSM. Não se cale, pois quando nos silenciamos somos coniventes.








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