Carta de uma jovem Mestranda recém-chegada e suas inquietudes em meio a presença da ausência. Tem interesse em saber mais? Esse texto também é pra ti!
Ahh o ano de 2020, seria um ano de realizações, descobertas, novas amizades, novos conhecimentos, um novo ciclo. Seria, isso não quer dizer que não está sendo, mas que tudo está ocorrendo de uma forma que não foi imaginado, desejado, idealizado. Da mesma forma que eu, meus colegas, servidores e demais pessoas que estavam retornando ou recém chegando (como eu) na UFSM fomos informados que as atividades seriam suspensas devido a pandemia (do SARS-CoV-2, vulgo COVID-19) que estava começando a se espalhar em nosso país, que estava chegando em Santa Maria, mas o que é isso? O que fazemos agora? E o Mestrado, agora que começou!
Nos distanciamos do ambiente presencial da UFSM, nos recolhemos para proteger-nos e proteger quem amamos, ao próximo. Fico imensamente feliz por poder ter mantido contato com algumas pessoas ao longo desse período, foi o sossego em meio a bagunça. O nosso VIDAS – Núcleo de Pesquisa, Ensino e Extensão, além de compartilhar conhecimentos, de fazer ciência, também compartilha afeto, troca, cuidado, pelo menos é assim que percebo e sinto. E sentir, o quanto isso é importante nesses tempos né? Sentimos tanto, sentimos tudo, sentimos nada...
Hoje, aproximadamente 5 meses sem ter contato físico, sem poder sentir a energia que existe naquele lugar (não sei se é coisa de recém chegado, mas o campus tem uma vida incrível), vejo que laços não são feitos e mantidos apenas quanto se está frente à frente, lado à lado, mas está no diálogo, em saber que quando voltar, se voltar, não seremos estranhos se encontrando, mas pessoas, carregadas de histórias, de representatividade que estarão dispostos e esperando para abraçar, acolher. Para mim, estar/pertencer/sentir-se em um grupo tem contribuído imensamente para so-bre-viver em meio ao tudo que estamos passando, porque, sim, todos estão passando por este momento, mais fácil para alguns, mais difícil para outros. Escolhi ser cientista, pesquisadora, professora mas seria muito difícil se estivesse sozinha nesse caminho (espero nunca estar), em meio a tudo que estamos vivendo.
Os abraços aos meus colegas e professores hoje são virtuais, mas carregados de um imenso carinho e desejo de que tudo volte, re-significado! Já estamos fazendo isso, não é mesmo? Hoje meu pensamento e sentimento é esse, mas talvez daqui a mais 5 meses será diferente! Por que falo isso? Para dizer que é “normal” sentirmos, vivermos e nos transformarmos, nos resignificarmos e, talvez, em tempos de distanciamento é que muitos estão esquecendo de visualizar. Se permita!
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Obrigada. Por um mundo mais solidário!