Elaboração de spots de rádio: Quando a psicologia se arrisca a “sair do seu quadrado” e entrar no campo da Comunicação
Gostaríamos de compartilhar uma das atividades propostas para o primeiro semestre do ano de 2023, pensada como ação de extensão do projeto guarda chuva “Sexualidades, Práticas Reprodutivas e Violências em Tempos Virais na Nova República Brasileira: pensando sobre o Mal-estar na Cultura, Alteridade, Laços Afetivos e Subjetividade” da UFSM. O projeto contempla várias frentes de trabalho, recebe apoio da Casa Verônica e compõe as ações do Núcleo Vidas, que vocês já devem conhecer por acompanhar nosso blog. Se não conhecem, aproveitem para navegar por outros posts.
A atividade que ainda está em desenvolvimento é a criação de spots de rádio, a qual tem por o intuito sensibilizar a população para os assuntos pertinentes que estão relacionados às temáticas do projeto. Inicialmente, listamos as temáticas que pensamos em abordar nos spots e, posteriormente, escrevemos definições sucintas sobre cada uma delas. Neste primeiro momento, encontramos grande dificuldade em resumir assuntos tão densos, foram algumas horas e quatro pessoas pensando para conseguir desenvolver os primeiros três spots sobre feminismo, antifeminismo e patriarcado. A ideia inicial era resumir cada tema em um spot. Consideramos esses temas importantes de serem esclarecidos já que podemos dizer que nos últimos tempos estão “na boca do povo”, como se diz.
Uma das autoras que utilizamos como base para construção teórica dos spots foi Carole Pateman, uma cientista política britânica e feminista conhecida por suas contribuições significativas no campo da teoria democrática e da teoria do contrato social. Seu livro "Contrato Sexual"* é considerado uma obra seminal no estudo das relações de gênero, poder e política. Publicado pela primeira vez em 1988, pela Polity Press, o livro aborda a natureza e as implicações do contrato social implícito entre homens e mulheres na sociedade. Pateman desafia as ideias convencionais de igualdade e liberdade, questionando como o contrato social historicamente privilegiou os homens em detrimento das mulheres. Ao explorar questões relacionadas ao casamento, família, sexualidade e trabalho, a autora lança luz sobre as estruturas sociais e políticas que perpetuam as inequidades de gênero. Essa leitura foi essencial para que pudéssemos entender e abordar criticamente as dinâmicas de poder e dominação de gênero na sociedade contemporânea, através de spots, e chamar a atenção para o significado da palavra patriarcado.
Mas, afinal, o que são esses ‘spots’ e porque a escolha deles? Os spots de rádio são peças publicitárias curtas, e têm o desafio de transmitir uma mensagem impactante em um tempo de até 30 segundos. Não é nada fácil dizer o que queremos dizer em tão pouco tempo!
Nos dias atuais, em que a comunicação rápida e eficaz é essencial, a habilidade de resumir um assunto denso em poucos segundos é extremamente relevante, pois é possível transmitir ideias de forma concisa e persuasiva, capturando a atenção do público-alvo, o qual pode ser bastante variado, como é o caso da rádio na qual pretendemos veicular nosso material - a nossa querida Rádio UNIFM, 107.9.
Como definimos em qual rádio iremos divulgar nossos spots? Uma equipe composta por duas doutorandas e uma mestranda ficou responsável por mapear as rádios da cidade de Santa Maria, RS e entrar em contato para saber como funcionava para fazermos a divulgação dos spots. A única rádio que retornou, das que foram contatadas, foi a Rádio da Universidade Federal de Santa Maria, que prontamente quis marcar uma conversa para apresentarmos a nossa proposta. Após algumas trocas de e-mails, foi marcada a primeira reunião.
Nesse primeiro encontro, foi-nos apresentado o funcionamento da rádio e solicitada uma oficina para criação dos spots. Na segunda reunião, tivemos uma conversa com integrantes da equipe da rádio e participamos da oficina, onde eles trouxeram dicas e orientações técnicas sobre como deveríamos fazer a construção dos spots.
Agora, estamos envolvidas com os ajustes dos textos já escritos e, junto com as/os integrantes do Núcleo VIDAS, vamos nos experimentar nos ensaios e gravações dos spots. Pensamos que vai ser bem divertido fazer essa criação, um pouco inusitada para psicólogas. Em breve, voltamos com mais novidades sobre as atividades que estamos realizando no projeto!
Abraços, Adriane Roso, Alissia Dornelles, Ana Carolina Castro e Laura Vieira Moura.
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Obrigada. Por um mundo mais solidário!